quarta-feira, 4 de junho de 2014

A prospeção e formação como salvação

Depois do post dos resultados operacionais sem atletas (aqui) voltamos à temática da gestão financeira e desportiva. Vamo-nos focar sobre o Benfica mas as ilações a retirar para o Porto, Sporting e muitos outros são semelhantes.

Anteriormente realçamos os resultados operacionais excluindo os custos com a transação de jogadores. E porquê? No caso do Benfica só com a venda de jogadores é que os resultados operacionais se tornam positivos. Quando LFV disse que, com o projeto da Benfica TV, o Benfica não precisava de vender jogadores para manter as contas equilibradas mentiu, porque sem a venda de jogadores o Benfica apresenta praticamente sempre prejuízos ao longo do tempo. O Benfica continua dependente da venda de jogadores e uma pergunta que se coloca é: Consegue o Benfica ser sustentável assim? Com JJ talvez mas sem ele ou vem um treinador de topo ou então muito dificilmente as contas se apresentem equilibradas. Esta estratégia só resulta com a potencialização de jogadores.

No entanto, também é preciso ver o outro lado da moeda e perceber que o objetivo do Benfica não é apresentar lucros. O objetivo do Benfica é ter bons desempenhos em termos desportivos mantendo as contas equilibradas.

Não somos contra a venda de jogadores. Somos contra a venda de meia equipa ano após ano. Somos contra o facto de ser preciso de refazer uma equipa praticamente nova todos os anos. Somos contra o facto da venda de jogadores a preço de saldos como se um clube estivesse numa situação de profundo desespero (se calhar até estão).

Não somos contra a venda de jogadores porque os clubes portugueses são clubes vendedores e irão continuar a ser. E quanto mais competente for a prospeção e formação mais vendedor será um clube. É normal que um clube como o Benfica só consiga segurar os grandes talentos mundiais 1, 2 ou 3 anos.
Contudo também há que ter em conta um ponto muito importante: a vontade dos jogadores. Enquanto houver clubes com um poder financeiro enorme e que joguem em campeonatos atrativos e de grande visibilidade os jogadores vão querer sempre sair. Isso é inevitável.

A estratégia passa por um misto de prospeção e formação para a obtenção de lucros em futuras vendas, que são muitas vezes atenuados pelos parasitas do futebol, entre os quais empresários e dirigentes. Mas é importante salientar que o truque não está na venda mas sim na substituição eficiente por novos jogadores. Além disso, a estratégia não deve passar pela redução drástica dos custos com pessoal e consequente diminuição do orçamento. Nesse caso o Benfica não precisava de vender pois poupava em juros, em investimento em jogadores e em salários, mas ficaria com uma política à Sporting, com um plantel vulgar e com fracassos desportivos ano após ano.

2 comentários:

  1. Acham que o Benfica deveria comprar o Siqueira? Seria um bom investimento?

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    1. Não. O Siqueira fez meia dúzia de jogos bons e os restantes oscilaram entre o péssimo e o fraco. 7M por 50% do passe ou 10M por 100% seriam sempre um mau investimento.

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